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Shingeki no Kyojin vol.0

Shingeki no Kyojin vol.0
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Postado Por : Kodak segunda-feira, 2 de setembro de 2013


1
Acorda no meio da noite, dá um pulo, fica sentado na cama. A respiração, ofegante. O corpo suado, todo encharcado.
Ele quente, fervendo e o ambiente do quarto, frio, congelante.
Um choque térmico, choque entre realidades.
Lucas procura pelas cobertas e não as encontra. A escuridão reina, não se pode ver nada.
Ele tem a impressão de que não conhece seu próprio quarto. É como se fosse um estranho em uma terra estranha.
Passa a mão pelos cabelos, tenta recuperar-se do que havia acabado de acontecer. O que era mesmo? Um pesadelo, uma terrível memória. Um sonho ruim, que aos poucos se desmancha, que aos poucos escorre para seu inconsciente, deixando apenas a sensação do medo.
Pensa em levantar, acender a luz, arrumar suas cobertas e quem sabe tomar um copo d’água. Mas então ouve um barulho, que inicia baixo e em questão de minutos se transforma em zumbido, uma cantoria macabra e inexplicável. É tão alta! Alta o bastante para acordar sua mãe, Marta, a única responsável por Lucas desde que nascera. Ela dorme no quarto ao lado. Dorme e sonha.
O zumbido cessa. Resta o silêncio, que também traz medo.
Assustado, Lucas jura que tudo é apenas fruto de sua imaginação.
Se esforça para lembrar do pesadelo e tenta em vão relacionar o barulho, com as distorcidas recordações de quando dormia.  Mas as imagens que surgem em sua mente lhe confundem. É o espaço, planetas, estrelas, mas também sombras, sombras enormes, que dançam em meio a imensidão do universo.
“Foi só um pesadelo, só isso…”.
Passa as mãos em seu colchão, tem a impressão de que se sair da cama não estará mais seguro.
“Se acalmar, é isso que eu preciso, basta se acalmar”. Só que ficar calmo não é tão fácil assim.
De repente, duas pequenas luzes aparecem em um dos lados do quarto. E quando Lucas as enxerga, um calafrio percorre sua espinha.
Um par de olhos, olhos amarelos.
Lucas sabe, que onde estão os olhos, existe uma parede cheia de livros e não um monstro. Por isso desvia a visão, se concentra e olha de novo. Mas de nada adianta, os olhos continuam lá. O fitam, são olhos de algo que parece estar faminto. São mais do que olhos.
O garoto começa a rezar. Quer acordar daquele pesadelo, despertar e não dormir de novo. Não quer mais sentir aquela sensação, quer apenas voltar a ser Lucas, quer apenas voltar a estar seguro.
Pois agora tudo lhe incomoda. O frio, a escuridão, a sensação de não pertencer à aquele lugar e os olhos. Não podemos nos esquecer dos olhos.
Ele não devia ter visto aquela criatura. Era para ser apenas mais um sonho, mas por um motivo inexplicável, o qual iremos chamar de acaso, Lucas mergulhou em uma realidade desconhecida.
Não tem tempo de terminar sua oração, as palavras se perdem quando ele sente que algo está agarrando seus pés.
Se debate, sente dezenas de mãos apertando seu corpo, lhe puxando, arranhando.
O desespero é total.
Lucas começa a gritar, mas não tem forças.
Cai da cama e não encontra o chão. O mundo é um abismo escuro e frio.
Sente o vento contra seu corpo e fita sua cama que agora está longe. Ele perdera o único refugio, fora arrancado de seu lugar seguro.
Enquanto cai, o coração dispara, a voz já não sai da boca e o medo é mais forte que tudo. Mas o cair não é o pior, o pior é o que seus olhos contemplam enquanto ele cai.
Por todos os lados longos tentáculos se contorcem, olhos lhe encaram. Amarelos, vermelhos, verdes, de todas as cores.
Cai, sem ter ideia de que está a caminho da origem do mundo. O centro de tudo.
E do nada ele para, flutua, já não existe mais gravidade. Sente como se estivesse de pé, mas não há chão ali, não há mais nada. Nem monstros, nem olhos ou tentáculos, tudo é vazio.
Escuta novamente o barulho de quando ainda estava na cama. Dessa vez o som é mais nítido, não lembra um zumbido e sim palavras.
Stultu… nolli… timeres… infinitis..
Sim, são palavras e elas não tem fim…
Stultu nolli timeres infinitis…. Stultu nolli timeres infinitis…
Estão em todos os lugares, até mesmo dentro de sua mente.
Martelando, socando, pressionando.
O ritmo daquela estranha língua aumenta, traz consigo uma explosão.
Uma luz com cores desconhecidas, são dezenas de braços pegajosos, gosmentos, e asquerosos, que novamente agarram Lucas e então o puxam para todos os lados. O corpo do garoto estica, os gritos são inaudíveis e ai ele explode. Se junta ao nada.
Agora é cinzas, mas um dia há de renascer, pois o ciclo não para

2
Nasce o Sol, é um novo dia, um novo mundo. E assim como em muitos outros lugares do planeta, parte da cidade de Curitiba, um pequeno bairro, está coberto pela névoa. Lá não há como fazer distinção entre terra e céu, os dois são um só e a realidade ali, ainda se constrói.
É nesse bairro que Marta vive e é lá que ela acorda. Acorda com o despertador do celular, acorda e antes mesmo de levantar, se esquece do estranho sonho que lhe atormentou a noite toda .
Já são sete horas da manhã, hora de ir trabalhar. A mulher se veste, arruma seu quarto e vai até a cozinha. Lá encara toda a sujeira feita por Lucas.
“Pelo menos ele não vai se atrasar.” Ela pensa enquanto lava a louça.
Termina seus afazeres, e antes de sair de casa, lê o bilhete colado na geladeira.
“Não precisa fazer janta hoje, eu trago uma pizza!”
Fecha a porta e caminha para o escritório.

3
Manipulada como uma marionete, a vida de Marta é outra quando ela volta do trabalho. A mulher não é mais a mesma, não trabalha mais no mesmo lugar, está mais gorda, mais baixa e até seu cabelo de outra cor.
As mudanças são evidentes aos olhos de quem tudo vê , mas para ela e todos seus conhecidos, a vida é a mesma.
Nada mudou…
Marta entra na casa, passa pelo cômodo, que um dia, em outro lugar, fora o quarto de seu filho. Agora, apenas uma dispensa, um lugar para deixar a comida, as coisas velhas e tudo que não tem mais uso.
Troca de roupa e caminha até a sala. Liga a TV, acende um cigarro e relaxa enquanto espera seu esposo, que havia prometido que traria o jantar.
“Tomara que ele acerte os sabores… Frango e queijo!”. Pensa Marta, com um sorriso idiota, lambendo os beiços.

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